Trauma Psicológico: Como o trauma nos muda e molda nossos comportamentos?

Uma Jornada de Cura à Luz de Bessel van der Kolk

A vida nem sempre é um mar de rosas. Às vezes, somos somos expostos a experiências avassaladoras e dolorosas que sacodem nossa saude mental e abalam nossa capacidade de lidar com o mundo ao nosso redor. Essas experiências traumáticas podem deixar cicatrizes profundas, tanto na mente quanto no corpo. Aqui vamos mergulhar no universo do trauma psicológico, usando as palavras sensíveis e profundas do renomado autor, pesquisador e médico psiquiatra Bessel van der Kolk em seu poderoso livro “O Corpo Guarda as Marcas”.

Explorando as profundezas do trauma:

O trauma psicológico pode resultar de abuso físico, emocional ou sexual, experiências de guerra, desastres naturais, abandono entre outros eventos dolorosos que se enraízam profundamente em nossos cérebros e corpos. O trauma não é apenas uma ferida na mente, mas também uma ferida no mais profundo do nosso ser, é uma experiência visceral e profundamente pessoal que nos molde e muda nossa forma de enxergar, pensar e se comportar.

A ressonância do trauma no cérebro e no corpo:

Engana-se quem pensa que o trauma psicológico desencadeia problemas unicamente psicológicos, na verdade o trauma desencadeia respostas intensas em nosso sistema nervoso, ativando uma cascata de eventos neurobiológicos. Essas mudanças podem afetar a regulação emocional, a memória e a forma como nos sentimos seguros no mundo.

As memórias traumáticas podem permanecer presas em nossos corpos, manifestando-se como dor crônica, distúrbios gastrointestinais e outros sintomas físicos altamente debilitantes. É uma lembrança sombria de que o trauma não é apenas uma batalha mental, mas também uma batalha corpórea.

Quais as mudanças comportamentais desencadeadas pelo trauma?

  1. Hipervigilância e reatividade emocional:

Um estado de alerta constante e uma sensibilidade aguda às ameaças percebidas. Pessoas traumatizadas podem estar constantemente vigilantes, procurando sinais de perigo em seu ambiente, o que pode resultar em respostas exageradas a estímulos neutros. Além disso, elas podem experimentar reatividade emocional intensa, com emoções fortes e imprevisíveis que podem ser desencadeadas por gatilhos relacionados ao trauma.

  1. Evitação e isolamento social:

Elas podem tentar evitar qualquer coisa que lembre o evento traumático, seja lugares, pessoas, conversas ou atividades específicas. Essa evitação serve como uma estratégia para reduzir o risco de reviver o trauma. Além disso, o isolamento social pode ser uma resposta à dificuldade em confiar nos outros e na sensação de desconexão causada pelo trauma.

  1. Dissociação e desconexão emocional:

A dissociação é uma resposta comum ao trauma, como uma desconexão temporária da realidade ou do próprio corpo. Pessoas traumatizadas podem sentir como se estivessem observando de longe ou como se estivessem em um estado de sonho, desconectadas de suas emoções e sensações físicas. Essa desconexão emocional pode ser uma forma de autopreservação, permitindo que a pessoa se distancie temporariamente da dor do trauma.

  1. Comportamentos de autossabotagem e autorregulação disfuncional:

Pessoas traumatizadas muitas vezes desenvolvem comportamentos autodestrutivos como uma tentativa de lidar com a dor emocional. Isso pode incluir o uso excessivo de substâncias, comportamentos compulsivos, autolesão ou envolvimento em relacionamentos tóxicos. Esses comportamentos podem fornecer um alívio temporário ou uma sensação de controle, mesmo que sejam prejudiciais a longo prazo.

  1. Hipercontrole e busca de segurança:

Como uma reação à sensação de perda de controle experimentada durante o trauma, algumas pessoas traumatizadas podem se tornar excessivamente controladoras em suas vidas cotidianas. Elas podem se esforçar para manter um ambiente altamente estruturado e previsível, a fim de evitar qualquer ameaça potencial. Além disso, a busca por segurança e proteção pode se tornar uma prioridade, muitas vezes resultando em comportamentos rígidos e dificuldade em lidar com situações imprevisíveis.

Caminhos de cura e esperança:

Apesar da sombria realidade do trauma existem abordagens inovadoras que consideram o corpo e as emoções como elementos-chave na jornada de recuperação. Terapias somáticas, como a EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos) e a Yoga, são exploradas como ferramentas poderosas para liberar as memórias traumáticas e permitir a reintegração do corpo e da mente.

Ter um lugar onde as pessoas possam compartilhar suas experiências e encontrar apoio mútuo com grupos de apoio, terapias em grupo e construir relacionamentos significativos são pilares fundamentais para a reconstrução a emocional causados pelo trauma.

Não podemos desistir!

O trauma é um terreno complexo e profundo. No entanto, a partir dessa compreensão, também encontramos uma centelha de esperança. Embora as cicatrizes do trauma possam ser profundas, a cura é possível. Com abordagens terapêuticas que abrangem corpo, mente e emoções, e com o apoio compassivo de comunidades solidárias, podemos começar a trilhar o caminho da recuperação e da resiliência.

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Alessandra Oliveira

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